terça-feira, 11 de maio de 2010

Adaptações em vias públicas melhoram a vida de pessoas com deficiência



Imagine enfrentar obstáculos durante a realização de ações do dia-a-dia, como tomar banho, ler ou sair de casa para trabalhar, e aprender a lidar com a vida de uma forma diferente e mais difícil. Essa é a realidade das pessoas portadoras de necessidades especiais. No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15% da população (aproximadamente 25 milhões de pessoas) afirmam ter algum tipo de deficiência. As mais comuns são deficiência visual, auditiva e motriz.

Possuir uma deficiência significa lidar com desafios físicos e psicológicos constantes. Além do preconceito vivenciado em seu cotidiano, essas pessoas se deparam com inúmeras falhas estruturais urbanas que dificultam e, muitas vezes, impedem o pleno exercício de sua cidadania e convívio social. Uma simples caminhada se torna uma aventura que requer muita atenção, mas, acima de tudo, condições adequadas de acessibilidade aos que precisam de recursos especiais.

O professor Ronaldo Carvalho, 43, convive com as restrições causadas pela deficiência visual e, conseqüentemente, com os perigos que enfrenta na cidade. "Os sinais sonoros e as faixas cidadãs são indicadores muito importantes para a pessoa com deficiência visual", afirma. Em Belém, existem seis sinais sonoros, que indicam, pela emissão de sons, o melhor momento para o deficiente visual cruzar uma rua. Entre os locais que já possuem esse recurso estão os cruzamentos da Avenida Almirante Barroso com a Avenida Júlio César, e das avenidas Presidente Vargas, Nazaré e Assis de Vasconcelos.

As calçadas padronizadas (ou faixas cidadãs) possuem uma função ainda mais importante, pois auxiliam a locomoção não apenas dos deficientes visuais, através da faixa-guia com superfície rugosa, mas também dos cadeirantes, por meio de rampas de acesso. Atualmente, elas estão presentes em vias de grande movimento, como as avenidas José Malcher, Duque de Caxias, Almirante Barroso e Magalhães Barata.

Essas modificações estruturais vêm sendo implantadas desde 2005 pela Companhia de Transportes de Belém (CTBel) e pelas Secretarias Municipais de Saneamento (Sesan) e de Urbanismo (Seurb), com o objetivo de atender ao Código de Postura do Município e às normas de acessibilidade a pessoas com deficiência. Porém, esses cidadãos ainda enfrentam dificuldades devido à apropriação desses espaços por outras pessoas. "O caminho marcado pela faixa, muitas vezes, é obstruído por bancas de revistas e ambulantes, que nos impedem de exercer nosso direito de andar por onde é seguro", protesta Carvalho.

A dificuldade de locomoção em vias públicas também é uma questão que o mecânico Valdir Moura ressalta. Através da Associação dos Deficientes Físicos do Pará, da qual é presidente, ele busca apoio aos direitos das pessoas com deficiência junto ao poder público. Moura, que é cadeirante desde que sofreu um acidente automobilístico há 24 anos, participou de vitórias como a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motoristas com deficiência física e a conquista da acessibilidade a órgãos públicos. Com quase nove anos de atuação na presidência, ele afirma que a luta das associações é fundamental, mas, nem sempre recebe a devida atenção em meio a outras preocupações sociais. "Torço para que os projetos atuais das faixas cidadãs e do transporte coletivo adaptado sejam ampliados e que mais pessoas com deficiência possam usufruir de serviços públicos e de seus direitos", conclui.

Fonte.portal da Prefeitura Municipal de Belém


Nenhum comentário:

Postar um comentário