segunda-feira, 17 de maio de 2010

Deficientes físicos enfrentam via-crucis em Belém


Feche os olhos e saia na rua, caminhe, pegue ônibus, atravesse as ruas, passe por cima de buracos e, tudo isso, sem a ajuda de ninguém. A maioria das pessoas deve pensar que é impossível fazer tudo isso no escuro, mas tem muita gente que consegue fazer tudo isso com mais um obstáculo: sem o auxílio da visão. É o caso do administrador e sociólogo Ermerindo Fonseca. Por causa de um problema sério de miopia, ele ficou sem enxergar ainda criança, aos sete anos de idade.

Apesar de ter conseguido estudar, constituir família, ter filhos e um bom emprego, aos 45 anos Ermerindo ainda lamenta o fato de Belém não ter condições de acessibilidade para as pessoas portadoras de deficiência. Todos os dias, o administrador sai cedo de casa, na Transcoqueiro, e vai de ônibus até o seu trabalho, localizado na travessa Apinagés. Ele destaca que a cidade possui sérios problemas estruturais, que afetam a locomoção do indivíduo com deficiência, como calçadas desniveladas, bueiros abertos e telefones públicos instalados no meio da calçada. “Há alguns dias em caí porque colocaram um ferro para estacionamento de bicicletas na calçada. Não tive como desviar”, afirmou.

E se os degraus não são o maior obstáculo para os deficientes visuais, são para os deficientes físicos. Atleta de basquete em cadeira de rodas, Bayron Nogueira, de 40 anos, afirma que depende da solidariedade das pessoas para entrar e sair dos ônibus. “A maioria dos veículos ainda não estão adaptados e, por isso, tenho que pedir para as pessoas que estão na parada me carregarem”.

O portador de deficiência física ainda reclama que alguns motoristas de ônibus adaptados não param no ponto ou, quando param, dizem que o elevador está quebrado. “Eles falam isso só para não perderem tempo. Já são poucos os ônibus com esse sistema e alguns ainda mentem para não nos ajudar”.


SUGESTÕES DE MELHORIAS NA CIDADE

- Nivelamento entre as paradas de ônibus e os degraus dos coletivos.

- Construção de passarelas com rampas, o que facilitaria o ato de atravessar as ruas.

- Nivelamento das calçadas.

- Limpeza do passeio público (lixos, entulhos, grades e canteiros).

- Instalação de elevadores para cadeirantes nos ônibus.

- Adaptação dos prédios públicos e vias da capital.

Fonte: deficiente online

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